Luiz Roberto Fontes (IHB)
Um nome pouco conhecido dos brasileiros: Johann Friedrich Theodor Müller, ou simplesmente Fritz Müller (1852-1897). É considerado nos meios científicos do Brasil e exterior, como um dos maiores naturalistas do século XIX. Deixou a Alemanha com sua família em 1852 instalando-se na Colônia Blumenau, dois anos após sua fundação. Quatro anos mais tarde mudou-se para Desterro (hoje Florianópolis) para lecionar no Liceu Provincial, a convite do presente da província. Ali, em suas jornadas pela ilha, comprovou, através dos crustáceos colhidos na Praia de Fora, a teoria darwiniana, publicando-a em 1864 com o título de “Für Darwin”. Exímio pesquisador e observador, publicou mais de 250 trabalhos sobre a flora e fauna catarinenses, o que o destaca pela valiosa contribuição para a ciência. Era além de naturalista, filósofo, autodidata e ativista político. Iluminista, assumiu-se ateu e enfrentou preconceitos e dificuldades por esta condição. A outra personalidade merecedora de estudos, é o Padre Raulino Reitz (1919-1990) cujo interesse pela botânica surgiu ao frequentar o curso de filosofia e teologia em São Leopoldo RS. Ao atender o pedido de um superior para que coletasse ervas para chás a serem ministrados a presidiários da Penitenciária de Porto Alegre iniciou um trabalho de coleta e classificação de espécies botânicas. No início da década de 1940, transferido para Santa Catarina, encontrou as condições para desenvolver um trabalho de excepcional qualidade. Este legado é formado por 70 mil plantas e representa 95% da flora catarinense, hoje abrigado no Herbário Barbosa Rodrigues em Itajaí SC. Estes dois pesquisadores deixaram um legado reconhecido internacionalmente. Trabalharam com dedicação, desprendimento e poucos recursos, provando que é possível fazer ciência conciliando estas condições. A abordagem será feita verbalmente com o auxílio de recursos audiovisuais e no final haverá um momento para intercâmbio com os ouvintes e coleta de sugestões de técnicas pedagógicas para trabalhar o apresentado. Importante é demonstrar que o Brasil tem ambientes para desenvolver talentos, para isso precisa conhecer sua história, valorizar e identificar as potencialidades encaminhando-as ao desenvolvimento. O incentivo à pesquisa e ao conhecimento da fauna e flora locais, com coletas, seleção e catalogação podem dar início a coleções formadas pelos discentes, promovendo feiras de ciências, exposições, publicações, etc. Frisar que ao se fazer ciência, a ética, a cooperação, o respeito devem permear os estudos, os trabalhos e a divulgação dos resultados.
Estudantes de graduação e professores e técnicos administrativos do IFSC
VII Jornada de História da Ciência e Ensino
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