Political-Pedagogic Project

O curso de Engenharia Elétrica do Campus Itajaí aqui proposto aborda um amplo conjunto de conhecimentos, habilidades e competências, dentro das diversas áreas da Engenharia Elétrica. O objetivo é formar o profissional generalista, com habilitação plena, que seja capaz de contribuir com os diversos ramos de atividade da engenharia elétrica, e de atuar num cenário globalizado e em constantes transformações, sem estar particularmente focado em uma subárea, especificamente. O curso foi construído com base e atende plenamente as cargas horárias, conteúdos, disciplinas, habilidades, competências, preconizados nas leis 5.194/66, decisão normativa CONFEA 57/1995, resolução CNE/CES 11/2002 e no documento de Construção dos Referenciais Nacionais dos cursos de Graduação – bacharelados e licenciaturas Engenharias, que estabelecem uma formação bastante focada no setor de energia elétrica. Este projeto, porém, em seus aspectos curricular e metodológico, também propiciará uma formação e qualificação flexíveis, multidisciplinares e com abordagem ampla, com atenção também ao projeto e desenvolvimento de sistemas eletrônicos, sistemas digitais e computacionais, sistemas industriais, controle e automação de processos, telecomunicações, de engenharia biomédica, bem como, de gestão e administração de projetos, empreendedorismo, ciências exatas e humanas. É importante salientar que o curso de Bacharel em Engenharia Elétrica deve oferecer ao aluno, além do conhecimento técnico-científico, o desenvolvimento de uma consciência crítica, de um pensamento autônomo e interdisciplinar, de empreendedorismo, de pró-atividade, bem como capacitar o futuro profissional ao trabalho em equipe e voltado à comunicação. Procura-se incentivar a atuação consciente, o pensar e agir antecipadamente com confiança e criatividade, despertando o futuro profissional às relações e responsabilidades sociais, ambientais e de sustentabilidade. O Conselho Nacional de Educação, por meio da Câmara de Educação Superior instituiu Diretrizes Curriculares dos Cursos de Engenharia através de sua Resolução CNE/CES N° 11 de 11 de março de 2002. O Artigo 4° deste documento trata das mínimas habilidades e competência que deve ter um profissional em engenharia: i. aplicar conhecimentos matemáticos, científicos, tecnológicos e instrumentais à engenharia; ii. projetar e conduzir experimentos e interpretar resultados; iii. conceber, projetar e analisar sistemas, produtos e processos; iv. planejar, supervisionar, elaborar e coordenar projetos e serviços de engenharia; v. identificar, formular e resolver problemas de engenharia; vi. desenvolver e/ou utilizar novas ferramentas e técnicas; vii. supervisionar a operação e a manutenção de sistemas; viii. avaliar criticamente a operação e a manutenção de sistemas; ix. comunicar-se eficientemente nas formas escrita, oral e gráfica; x. atuar em equipes multidisciplinares; xi. compreender e aplicar a ética e responsabilidade profissionais; xii. avaliar o impacto das atividades da engenharia no contexto social e ambiental; xiii. avaliar a viabilidade econômica de projetos de engenharia; xiv. assumir a postura de permanente busca de atualização profissional. Para complementar a formação, o Curso procura desenvolver competências/habilidades específicas às áreas de atuação do profissional em engenharia elétrica (até o momento observadas como generalista, ou seja atuando em todas as habilitações designadas nos Art. 8º e Art. 9º da resolução no. 218 do CONFEA), quais sejam, entre outras: i. geração, conversão, transmissão, distribuição, proteção e conservação de energia elétrica; ii. projeto, execução, montagem e manutenção de equipamentos, instalações e redes elétricas; iii. eletrônica analógica, digital e de potência; iv. instrumentação, automação e controle de sistemas; v. processamento de sinais, imagens e sistemas de visão; vi. redes digitais e sistemas de comunicação vii. microcontroladores e microprocessadores. De modo geral, nas engenharias as transformações científicas e tecnológicas ocorrem com rapidez. Desta forma, o engenheiro deve possuir a capacidade de acompanhar essas transformações, buscar, selecionar e interpretar informações de modo a resolver problemas concretos da sua área de atuação, além de adaptar-se às novas situações encontradas no ambiente de trabalho [IFSC, 2012]. Ainda segundo as Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Engenharia (em seu art. 3º) sobre o perfil do egresso: “O Curso de Graduação em Engenharia tem como perfil do formando egresso/profissional o engenheiro, com formação generalista, humanista, crítica e reflexiva, capacitado a absorver e desenvolver novas tecnologias, estimulando a sua atuação crítica e criativa na identificação e resolução de problemas, considerando seus aspectos políticos, econômicos, sociais, ambientais e culturais, com visão ética e humanística, em atendimento às demandas da sociedade". Segundo [NASCIMENTO, 2008], o engenheiro competente, além de um sólido conhecimento das áreas específicas de seu ramo de atuação, deve ter uma formação generalista, de forma a poder resolver os problemas que lhe são apresentados, sendo capaz de propor soluções com autonomia e originalidade. Neste contexto, além das competências citadas anteriormente para o perfil do egresso do curso de Engenharia, somam-se inúmeros aspectos sociais, éticos, políticos e ambientais. Esses aspectos são agregados ao conhecimento técnico como eixos transversais que perpassam toda a matriz curricular. Tal argumento pode ser constatado não somente em casos pontuais como nas unidades curriculares de “Engenharia e Sustentabilidade” e “Empreendedorismo”, mas em toda a matriz do curso. É o caso das competências e/ou habilidades ligadas às responsabilidades legais do exercício da profissão com relação aos profissionais e a sociedade, análise das questões de eficiência energética, impactos ambientais associados aos processos de produção e utilização de tecnologia, formas corretas de descarte dos resíduos e lixo eletrônico, uso sustentável das fontes de energia, técnicas de relacionamento interpessoal e hierárquico, gestão de equipes, efeitos nocivos à saúde de profissionais e usuários de tecnologia, etc. Esses e outros aspectos podem ser encontrados, formalmente explicitados, em várias unidades curriculares do curso de Engenharia Elétrica.

A Engenharia Elétrica é a área que lida e transita pelas subáreas de Sistemas de Energia, Sistemas Eletrônicos, Sistemas de Controle e Automação, Sistemas Biomédicos, Eletrotécnica e Sistemas de Telecomunicações. Mais detalhadamente, os Sistemas de Energia compreendem a área da Engenharia Elétrica que responde pela geração, transmissão, transporte, distribuição e comercialização da energia elétrica, bem como atua no projeto, construção e manutenção de usinas de geração de energia elétrica. Os Sistemas Eletrônicos envolvem o projeto, desenvolvimento e implementação de sistemas eletrônicos e/ou de informática, associados aos diversos segmentos tecnológicos de eletrônica analógica, digital e de potência. Na área de Sistemas de Controle e Automação, os engenheiros eletricistas têm por função projetar e aplicar sistemas de automação e controle em linhas de produção industrial, eminentemente. Na Engenharia Biomédica, o engenheiro eletricista realiza tarefas de projeto, desenvolvimento, operação e manutenção de equipamentos médicohospitalares ou sistemas de informação médicos. Atuando como Eletrotécnico, o engenheiro eletricista está habilitado para projetar, instalar e supervisionar instalações elétricas de baixa, média e alta tensão. Por fim, a área de Telecomunicações emprega engenheiros eletricistas no projeto, desenvolvimento, manutenção e supervisão de sistemas para telecomunicações e redes, antenas, dispositivos e equipamentos para telecomunicações e comunicação de dados, etc. Afora todas estas incumbências, o profissional engenheiro eletricista ainda está habilitado a trabalhar com consultoria, lecionar, prestar serviços eventuais e administrar empresas ligadas aos sistemas eletroeletrônicos e no sistema financeiro. Assim, como ocorre com as outras engenharias, mas em um grau ainda maior pela abrangência e relevância da área de atuação, com relação aos avanços tecnológicos em informática e telecomunicações, o engenheiro eletricista tem à sua disposição um vasto mercado de trabalho, o que é reforçado pela grande quantidade de indústrias e empresas prestadoras de serviço, também na região de Itajaí e da AMFRI. Nesse panorama, para se atender exigências profissionais de uma sociedade que evolui muito rapidamente, o curso de Bacharel em Engenharia Elétrica deve oferecer ao aluno além do conhecimento técnico-científico, o desenvolvimento de uma consciência crítica, de um pensamento autônomo e interdisciplinar, de empreendedorismo, de pró- atividade, bem como capacitar o futuro profissional ao trabalho em equipe e voltado à comunicação. Procura-se incentivar a atuação consciente, o pensar e agir antecipadamente com confiança e criatividade, despertando o futuro profissional às relações e responsabilidades sociais, ambientais e de sustentabilidade.

Com sólidos conhecimentos científicos e tecnológicos, o Engenheiro Eletricista tem como competências gerais: projetar, especificar, adaptar, e desenvolver sistemas elétricos e eletroeletrônicos, bem como realizar a integração dos recursos físicos, lógicos e de programação necessários para a execução dessas atividades. De modo mais específico, é desejado que o profissional de Engenharia Elétrica adquirisse todas as competências listadas nas unidades curriculares que integralizam o curso em questão.

Uma das características desejadas do perfil do Engenheiro Eletricista egresso do Campus Itajaí é a inserção e adaptação rápida ao mundo do trabalho, sem, no entanto, perder de vista uma formação generalista, humanista, crítica e reflexiva. Grande parte dessa característica depende da integração entre a teoria e a prática no currículo e da implementação dessas ações ao longo do curso. As práticas pedagógicas de cada docente também constituem, entre outros, fatores determinantes para que a referida integração aconteça de forma efetiva. Nesse sentido, algumas ações podem fortalecer este objetivo: A contextualização das disciplinas do núcleo básico ou profissionalizante com problemas reais do universo profissional do Engenheiro e em particular do Engenheiro Eletricista; A utilização de atividades em laboratório, tanto nas disciplinas do núcleo básico quanto naquelas de caráter profissionalizante geral ou específico; A utilização de atividades práticas que promovam a integração entre as diversas disciplinas, utilizando os conceitos destas para resolver problemas concretos de Engenharia Elétrica. A integração entre a teoria e a prática tem como grande aliado os Projetos Integradores (PIs), alocados em três fases do curso. Além disso, a integração ocorre no desenvolvimento do Trabalho de Conclusão de Curso e no Estágio Supervisionado. Na integração entre teoria e prática, a utilização dos laboratórios é essencial. A Matriz Curricular apresenta a carga horária prática e teórica de cada unidade curricular. No total, têm-se aproximadamente 1/3 da carga horária alocada em atividades de cunho prático (a mesma proporção também pode ser encontradas em outros cursos de engenharia Elétrica/Eletrônica do IFSC). Os laboratórios da Área de Eletroeletrônica do Campus Itajaí (seção 7.8 deste documento) têm recebido investimentos importantes no sentido de promover uma infraestrutura adequada e atualizada para este fim, de modo que estão preparados para as exigências dessa carga horária de atividades práticas.

Responsável: Prof. Wilson Valente

E-mail: wilson.valente@ifsc.edu.br

O discente do Curso de Engenharia Elétrica é avaliado de forma contínua em cada unidade curricular, de modo a sanar possíveis lacunas na aprendizagem e garantir o crescimento do aluno e o seu aprimoramento em termos de conhecimento, com as competências necessárias para atuar como Engenheiro Eletricista, e assim atender a concepção do curso, qual seja, oferecer formação de qualidade não apenas na sua dimensão conceitual, mas propiciando o saber ser (atitudes, posturas e valores) e o saber fazer (conhecimentos e habilidades). O registro de avaliações se realizará conforme o Regimento Didático-Pedagógico vigente no IFSC. Remete-se também ao Regulamento Didático-Pedagógico do Campus Itajaí os temas relacionados aos instrumentos de avaliação; aprovação e frequência; recuperação e revisão de avaliação. Dada às especificidades da estrutura curricular do curso, este projeto não prevê a existência de pendência em unidade curricular.

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