Projeto Político Pedagógico

O Auxiliar Técnico de Química Laboratorial é o profissional qualificado para, no domínio dos
princípios e das técnicas de análise qualitativa, quantitativa e instrumental, realizar ensaios, registrar e
interpretar os resultados, selecionando os métodos e as técnicas mais adequadas, para aplicação em
contexto laboratorial. Deve possuir postura ética, característica empreendedora, ter visão sistemática,
iniciativa, capacidade crítica, criatividade e trabalhar em equipe. São atividades inerentes a esse
profissional:
a) Identificar e realizar os principais ensaios e análises físico-químicas, bromatológicas, toxicológicas,
microbiológicas;
b) Aplicar as técnicas de análise química e selecionar as que melhor se adaptam à resolução de um dado
problema;
c) Recolher e preparar amostras de substâncias e produtos a analisar;
d) Relacionar métodos e técnicas analíticas a cada processo/atividade;
e) Colaborar na definição e pôr em prática normas de segurança, saúde e ambiente e qualidade;
f) Armazenar e classificar produtos químicos tendo em conta a análise de risco do produto;
g) Realizar a gestão de estoques de reagentes, de resíduos tóxicos e/ou perigosos;
h) Coletar amostras de matéria orgânica, produtos intermediários e finais, águas e efluentes;
i) Preparar amostras, instrumentos e reagentes para análise;
j) Elaborar procedimentos de experimentos químicos, sínteses orgânicas e avaliação de catalisadores;
k) Realizar cálculos e/ou outros procedimentos para obtenção e análise de resultados;
10
l) Elaborar relatórios técnicos;
m) Observar, comunicar e registrar anormalidades de equipamentos e instrumentos de laboratório;

Santa Catarina é um estado de cultura e economia baseada na indústria, que se demonstra cada
dia mais imprescindível no desenvolvimento socioeconômico catarinense. Conforme a FIESC (2014), nas
mesorregiões do estado desenvolvem-se as mais diversificadas atividades industriais, a destacar as mais
preponderantes: no sul, concentram-se os setores cerâmico, de carvão, vestuário e descartáveis plásticos;
no Oeste, desenvolvem-se os setores alimentar e moveleiro; no Vale do Itajaí, ressaltam-se a indústria têxtil
e vestuário; na mesorregião norte, agrupam-se os setores de metalurgia, máquinas e equipamentos,
material elétrico, autopeças, plásticos, confecção, e mobiliário; no Planalto Serrano, incorporam-se
atividades de base florestal; e, na Grande Florianópolis, evidencia-se o setor tecnológico.
As áreas de atuação dos profissionais formados, considerando as condições e características locais
e regionais, são:
a) Setor Cerâmico: atuação nos processos de desenvolvimento e produção de cerâmicas, novos métodos
produtivos, novas tecnologias em materiais cerâmicos, aplicações inovadoras em materiais cerâmicos e
cadeia produtiva sustentável;
b) Carvão e derivados fósseis: novas tecnologias para a extração de carvão mineral, reaproveitamento de
resíduos, obtenção de subprodutos;
c) Vestuário e Têxtil: cadeia produtiva sustentável, têxteis inteligentes e processos flexíveis e integrados,
tingimento de tecidos, tratamento de efluentes líquidos, desenvolvimentos de técnicas e matérias-primas
para a produção de novos produtos;
d) Indústria de descartáveis plásticos e embalagens flexíveis: atuação nos processos industriais de
conformação polimérica, atuação na indústria química de base renovável e de novos materiais, produtos e
embalagens inovadoras e gestão do ciclo de vida (regulamentações, produção mais limpa e Indústria com
ciclo fechado); gestão ambiental;
e) Indústria de Colorifício e Mineração: pesquisa de novos materiais para indústria cerâmica,
desenvolvimento de corantes e esmaltes para decoração, melhoria nas propriedades dos materiais
vidrados, reaproveitamento de resíduos de origem mineral;
f) Indústria de Tintas e Vernizes: atuação no controle do processo industrial de produção de tintas e
vernizes, controle da qualidade, tratamento de resíduos;
g) Indústria alimentícias: controle e manutenção da qualidade de matérias-primas, desenvolvimento de
novos derivados alimentícios, ensaios envolvendo conservação e manutenção das propriedades dos
alimentos; tratamento de efluentes.
Nesse contexto, os profissionais técnicos em química poderão atuar em análises químicas, físicoquímicas,
químico-biológicas, toxicológicas e legais, ensaios e pesquisas em geral, desenvolvimento de
métodos e produtos, desempenho de cargos e funções técnicas na fabricação de produtos da área da
Química, no tratamento de produtos e resíduos e na operação e manutenção de equipamentos e
instalações. Além disso, esses profissionais poderão atuar em cargos de responsabilidade técnica de
empresas de pequeno porte, de acordo com o número de funcionários, potência instalada, periculosidade e
toxicidade das matérias-primas, efluentes líquidas e emissões gasosas (CRQ IV REGIÃO, 2005).

A integralização do curso certificará o aluno do Técnico em Química, havendo também a
possibilidade de solicitação de certificação intermediária, após a conclusão de dois anos de estudos, como
Auxiliar de Laboratório Químico.
O Técnico em Química deve possuir capacidade de articular os conhecimentos técnico-científicos
com as demandas do trabalho e da sociedade para a resolução de problemas, desenvolvimento de
pesquisa, inovação e produtos, além de ter capacidade de interagir com as diferentes interfaces do
ambiente de trabalho, no que se inclui a análise dos processos como um todo e as relações interpessoais.
O Técnico em Química deverá ser um profissional capaz de:
a) Realizar procedimentos de amostragem e manuseio de matérias-primas, reagentes e produtos;
b) Desenvolver tarefas de controle de qualidade de produtos e processos, por meio de procedimentos
analíticos;
c) Efetuar procedimentos operacionais de controle de processos industriais;
d) Operar processos químicos observando normas de segurança e higiene em escala industrial e de
bancada;
e) Analisar os procedimentos laboratoriais com relação aos impactos ambientais, gerenciando os resíduos
produzidos nos processos, com base em princípios éticos e legais;
f) Desenvolver procedimentos de preparação para diferentes técnicas analíticas;
g) Executar técnicas de análises clássicas (químicas, físico-química, químico-biológico, bromatológica,
toxicológica, padronização e controle de qualidade) e instrumentais;
h) Realizar cálculos de incerteza de resultados mediante cálculos metrológicos;
i) Avaliar a segurança e analisar riscos em processos laboratoriais e industriais a fim de atuar
adequadamente;
j) Aplicar técnicas de inspeção de equipamentos, instrumentos e acessórios;
k) Considerar os princípios de gestão nos processos laboratoriais e industriais;
l) Privilegiar a comunicação e o adequado relacionamento interpessoal nas instituições de atuação;
m) Utilizar princípios de instrumentação e sistemas de controle e automação;
n) Operar sistemas automatizados na indústria de transformação química;
o) Anotar responsabilidade técnica por processos químicos em empresas de pequeno porte.

O Curso Técnico em Química tem sua matriz curricular organizada em anos letivos e seu processo
de avaliação centrado em metas/objetivos. Este método requer dos professores a busca de metodologias
diferenciadas das tradicionais que visam apenas a transferência de conhecimentos, para outras que
promovam a construção e a criação de conhecimentos. Assim sendo, deve-se utilizar práticas pedagógicas
para um ensino contextualizado, interdisciplinar e prático.
As bases tecnológicas (ementas) explicitadas em cada unidade curricular deverão estar bem
consolidadas para a concretização atingimento dos objetivos no qual o aluno é instigado a alcançar para
que atinja o perfil do egresso.
O desenvolvimento e a execução de aulas teóricas e práticas, projetos, resolução de situações
problemas, seminários, viagens de estudos e entre outras situações de aprendizagem com possibilidades
de extensão destas atividades são metodologias que o professor pode adotar.
Os trabalhos em equipe, os estudos de caso e outras metodologias, também serão empregadas
para possibilitar a construção e criação do conhecimento, a aquisição de novos valores e o desenvolvimento
de habilidades inerentes a formação profissional. As visitas técnicas serão práticas frequentes que
possibilitarão ao aluno uma visão in loco dos processos envolvidos nas empresas/indústrias da área da
química e estarão presentes em várias unidades curriculares, principalmente nas integrantes no núcleo de
ensino profissional.
As aulas experimentais, na qual o aluno atua de forma prática serão consideradas prioritárias nas
disciplinas profissionais. Para tal, reservou-se considerável carga horária prática nessas disciplinas.
O uso de novas tecnologias é outro fator que possibilita o desenvolvimento das habilidades
especificadas em cada unidade curricular, entre elas a de aprender a aprender, possibilitando assim a
formação do aluno, para além do período em que ele permanece no curso.
As unidades curriculares teóricas serão desenvolvidas em salas de aula e em laboratórios quando
se tratar de atividades de demonstração. As unidades curriculares práticas serão ministradas em
laboratórios específicos, para realização de atividades experimentais, como por exemplo: realização de
experimentos e ensaios, pesquisas técnicas, operação de instrumentos analíticos, cujos resultados serão
expressos em forma de relatórios ou ficha técnica.
48
Será incentivado o aluno a participar de projetos de pesquisa e extensão. A articulação entre o
ensino, pesquisa e extensão é fundamental na complementação da formação ao longo do percurso escolar.
A pesquisa científica auxilia o aluno na organização das ações embasadas em metodologia e rigor científico,
e a busca contínua de informações aprimora a habilidade do aluno de ter acesso rápido as informações
utilizando diferentes ferramentas disponíveis em meio eletrônico e físico. As atividades de extensão
integram a escola/aluno com a comunidade/empresa. Dessa forma, serão realizadas ao longo do curso
atividades de extensão como visitas técnicas, seminários, contato com a área de atuação para
desenvolvimento de soluções tecnológicas e inovadoras, entre outras atividades.

Nome da equipe responsável pelo projeto
Ana Paula Figueiredo
Edilene dos Santos Copetti
Fabiano Carlos Cidral
Fernando Loris Ortolan
Julia Helio Lino Clasen
Lucas Dominguini
Michele Alda Rosso Guizo de Souza
Orlando Netto
Priscila Bortolotto Milaneze
Tiago Morais Nunes
6 Contatos
Ana Paula Figueiredo
ana.figueiredo@ifsc.edu.br
(48) 3462 5044
Orlando Gonnelli Netto
orlando.netto@ifsc.edu.br
(48) 3462 5015

A avaliação do processo de ensino e aprendizagem não é neutra, objetiva, uma vez que está
assentada sobre uma dada intencionalidade e sobre um suporte político e epistemológico que guia toda a
prática pedagógica. Por sua vez, corresponde a um determinado modelo de escola e de sociedade. A
avaliação deve ser um meio e não um fim em si mesma. É delimitada por uma teoria e uma prática
pedagógica, estando ela dimensionada em um modelo teórico de sociedade, de homem, de educação e de
ensino-aprendizagem.
Assim, esse projeto visa uma educação emancipatória e não-reprodutivista, baseada além do
acúmulo de informações, na construção de conhecimento. Neste contexto, a avaliação deixa de ser uma
atribuição de valor ao educando e passa a ter um caráter formativo e processual. Integra o processo de
formação, visando o desenvolvimento dos conhecimentos, habilidades e valores previstas no perfil do
egresso do curso e será realizada na perspectiva de tomadas de decisão a respeito da condução do
trabalho pedagógico, ao permitir o diagnóstico, a reorientação e o aprimoramento do processo de ensino e
aprendizagem.
Dessa forma, o conhecimento dos critérios utilizados, a análise dos resultados e dos instrumentos
de avaliação e autoavaliação são imprescindíveis, pois favorece a consciência do professor em formação
sobre o seu próprio processo de aprendizagem.
Os instrumentos de avaliação serão diversificados e constarão no planejamento do componente
curricular, estimulando o estudante à: pesquisa, reflexão, iniciativa, criatividade, laboralidade e cidadania,
conforme nomeados no RDP. As avaliações podem constar de:
47
I - observação diária dos alunos pelos professores, em suas diversas atividades;
II - trabalhos de pesquisa individual ou coletiva;
III - testes e provas escritos, com ou sem consulta;
IV - entrevistas e arguições;
V - resoluções de exercícios;
VI - planejamento ou execução de experimentos ou projetos;
VII - relatórios referentes aos trabalhos, experimentos ou visitas técnicas;
VIII - atividades práticas referentes àquela formação;
IX - realização de eventos ou atividades abertas à comunidade;
X - autoavaliação descritiva e avaliação pelos colegas da classe;
XI - outros instrumentos que a prática pedagógica indicar.
Além das avaliações em cada componente curricular, serão realizadas reuniões pedagógicas, por
intermédio do NDE, nas quais serão avaliados aspectos implicados no processo ensino e aprendizagem.
Serão observados pontos tanto de ordem pedagógica quanto os de cunho acadêmico e institucional que
concorrem para a permanência e êxito do aluno no seu percurso formativo. Estas serão preparatórias para a
realização dos Seminários de Avaliação, que acontecerão de forma permanente.
Para efeito de tomada de decisão quanto à progressão do aluno em relação à frequência e
atingimento dos objetivos propostos para cada componente curricular, serão seguidas as orientações
previstas no RDP.

Baixar Arquivo
SIGAA | DTIC - Diretoria de Tecnologia da Informação e Comunicação - (48) 3877-9000 | © IFSC | appdocker2-srv2.appdocker2-inst228/03/2024 20:54