Projeto Político Pedagógico

professores e profissionais que atuam na educação (assistentes sociais, pedagogos, afins)
Os surdos no Brasil compõe um grupo que busca o reconhecimento de sua
diferença linguístico-cultural perante a sociedade. Os dados do censo de 2010 do IBGE
mostram que 9.724.050 de pessoas possuem problemas auditivos, representando 5,1%
da população brasileira. O estado de Santa Catarina e o Núcleo Metropolitano de Florianópolis
se aproximam da média nacional, respectivamente, com 305.833 pessoas,
4,9% e 40.617 pessoas, 5,4% da população. Estes dados foram obtidos por amostragem, enquadrando o sujeito surdo às
demais deficiências. O problemas auditivos foram classificados como: “não consegue de
modo algum”, “grande dificuldade” e “alguma dificuldade”. Devemos ressaltar que no
Censo 2010 do IBGE não distingue os sujeitos surdos, deficientes auditivos e os
ensurdecidos. As pessoas surdas são aquelas que nasceram surdas e/ou perderam a
audição, geralmente nos primeiros anos de vida e que possuem identidade, cultura surda
e a língua visual-gestual, a Língua Brasileira de Sinais (Libras) para se comunicar e
interagir com mundo. Os dados apresentados endossam a demanda de fornecer
cursos para profissionais que atuam no atendimento ao sujeito surdo, seja no âmbito
educacional ou outros serviços junto à comunidade.
As especificidades dos surdos e dos profissionais de diversas áreas que atuam
junto a comunidade surda têm criado novas demandas por intervenções em seus
espaços de trabalho. Os avanços legais exigem a busca por aperfeiçoamento no
âmbito de desenvolvimento social educacional e linguístico, tais como: Lei
no 10.436/2002 (Lei de Libras), Decreto 5626/2005 (regulamentação da Lei de Libras),
Lei 13146/ 2015 (Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência), entre outras.
Assim, partir da leitura da realidade dos surdos e das relações sociais, propõese
contribuir com o processo de inclusão social. O IFSC tem grande potencial para o
incentivo ao desenvolvimento da região, em consonância com seus arranjos produtivos
locais e, também, no fomento de novas estratégias e novos ramos de atuação e outras
áreas importantes para a formação profissional e em consonância com as necessidades
da comunidade do entorno escolar.
A primeira turma do curso de Especialização em Educação de Surdos foi
ofertada em 2006, no câmpus São José, a partir do grupo de pesquisa NEPES.
Naquele momento os proponentes da primeira edição eram profissionais que atuaram
nos cursos de Proeja Bilíngue, Ensino Médio Bilíngue, Especialização de Tradutor e
Intérprete Libras/Português e cursos de formação em Libras, o que contribuiu significativamente para a fundamentação da educação bilíngue. Atualmente o grupo de servidores do câmpus que atuam no curso compõe uma nova geração com
titulação de mestre ou doutor, prioritariamente com formação em Educação e em
Educação de Surdos.
Ao analisar as matrículas dos ingressos de 2012.2, 2013.1 e 2014.2 constata-se
que a influência do curso na formação e capacitação de profissionais que atuam no
atendimento de pessoas surdas possui uma abrangência que extrapola a região
metropolitana da Grande Florianópolis.
A Especialização em Educação de Surdos: Aspectos Políticos, Culturais e
Pedagógicos vem ao encontro dos objetivos e metas do IFSC de promover cursos de
pós-graduação Lato Sensu, contribuindo para a formação de especialistas nas diferentes
áreas de conhecimento, bem como o Campus Palhoça Bilíngue, que assumiu o
compromisso de ofertar à comunidade cursos correspondentes também a este nível de
ensino.
O presente curso de Especialização visa propiciar conhecimentos teóricos e
práticos que abordem aspectos políticos, culturais e pedagógicos relevantes para a
educação de surdos. Tais aspectos, ao mesmo tempo em que esboçam uma trajetória
educacional da comunidade surda, apontam para os impasses, dilemas e desafios aos
quais os surdos, os educadores, os dirigentes institucionais e a sociedade em geral
ainda se defrontam cotidianamente.
Reitera-se que esta pós-graduação (Lato Sensu) vem sendo oferecida desde
2006 pelo Câmpus São José e com ofertas em 2012, 2013 e 2014 no Câmpus
Palhoça Bilíngue. Sua demanda emergiu de uma pesquisa junto à Rede Pública
Estadual de Santa Catarina, a qual evidenciou a necessidade de formação para atuar na
Educação de Surdos. Os professores que trabalhavam com alunos surdos nas séries
iniciais e no ensino fundamental problematizavam questões sobre a ausência de domínio
da língua brasileira de sinais, a carência de materiais didáticos adequados ao ensino e
da inexistência de capacitação específica voltada à educação de surdos.
O referido curso de especialização oportuniza o desenvolvimento de pesquisas
relevantes para a área (disponibilizadas para consulta no acervo do Campus Palhoça Bilíngue) e o fomento de novos paradigmas relacionados às diferenças culturais,
políticas e educacionais implicadas nos trabalhos com os sujeitos surdos.
Frente ao exposto, a reedição do projeto busca dar prosseguimento às
demandas dos profissionais da educação, principalmente àqueles da rede pública de
ensino, que precisam de abordagens adequadas e atualizações contínuas para
realizarem um processo educacional diferenciado proporcionando metodologias
educacionais condizentes para a educação de surdos.
Objetivos do curso
Objetivo geral
- Reconhecer e analisar conhecimentos teóricos e práticos que abordem aspectos
políticos, culturais e pedagógicos relevantes para a Educação de Surdos
Objetivos Específicos
- Discutir os paradigmas sócio históricos do bilinguismo e suas políticas públicas;
- Compreender os aspectos culturais a partir das diferenças dos sujeitos surdos;
- Analisar teorias e práticas pedagógicas da Educação de Surdos na perspectiva
bilíngue;
- Refletir sobre as diferenças do ato tradutório e interpretativo, bem como suas
implicações vividas por surdos e ouvintes no contexto educacional;
- Produzir pesquisas na área de Educação de Surdos considerando seus
aspectos políticos, culturais e pedagógicos.
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