Essa formação é destinada a profissionais graduados em qualquer área de formação, que tenham interesse em aprimorar o conhecimento sobre as ciências m
Que estejamos cientes ou não, somos todos povos do oceano. Não importa onde na terra vivemos, o oceano toca cada aspecto de nossas vidas, do ar que respiramos, ao clima que experimentamos, até o alimento que comemos e bens que consumimos. (WORM et al. 2021). Apesar da íntima relação dos brasileiros com os ecossistemas marinhos, a população desconhece muitas questões relacionadas a este ambiente. Em 1997, os brasileiros, quando questionados sobre a importância do mar, visualizaram-o basicamente como fonte de pescado (32%) e de divertimento (17%), desconhecendo sua importância socioeconômica e ambiental (SERAFIM, 2006), sendo que apenas 7% consideraram o mar importante como fonte energética (petróleo) e 11 % como meio de transporte (CEMBRA, 2012). Esta pesquisa foi repetida em 2011 e os dados demonstraram que o conhecimento marítimo brasileiro melhorou em alguns aspectos, porém, os brasileiros continuam visualizando o mar basicamente como fonte de pescado (67%) e lazer (39%) (CEMBRA, 2012). Em pesquisa mais recente da relação dos brasileiros com o mar apontou que mais de 50% nunca visitaram ecossistemas costeiros como dunas, restingas e manguezais e 40% dos entrevistados disseram acreditar que suas ações no dia a dia não têm nenhum impacto na conservação do oceano (FUNDAÇÃO GRUPO BOTICÁRIO, 2022). Se o oceano fosse uma economia soberana teria o 7º PIB mundial somando 2.5 trilhões de dólares (WWF, 2015). No entanto, apenas 1% dos brasileiros conhecem bem o significado de termos como economia do mar ou economia azul (FUNDAÇÃO GRUPO BOTICÁRIO, 2022). Assim, apesar da relativa melhora no conhecimento marítimo brasileiro, pesquisas ressaltam a necessidade de aprimoramento dos conhecimentos relacionados ao oceano e principalmente como as ações antrópicas impactam esse ambiente. Esta situação não é exclusiva do Brasil e iniciativas em diversos países têm buscado promover a reconexão da população com o oceano, aprimorando a cultura oceânica (tradução brasileira ao termo ocean literacy) na sociedade. Este movimento iniciou-se nos Estados Unidos há mais de 40 anos e mobilizou uma rede de educadores como o NMEA - National Marine Educators Association. Na Europa, países como Portugal e França também adotaram iniciativas que visavam a inserção do conhecimento relacionado ao oceano na educação. O movimento ganhou relevância quando a UNESCO (2018) publicou o kit pedagógico - Cultura Oceânica para Todos. O termo cultura oceânica foi adotado no Brasil, seu fundamento é o entendimento da influência do oceano em nós assim como a nossa influência no oceano (WEST 2004). Uma 9 pessoa letrada no oceano é definida como aquela que entende os conceitos fundamentais do funcionamento do oceano e pode discorrer sobre eles e tomar decisões assertivas sobre o oceano e seus recursos e, portanto, a cultura oceânica vai além de um recurso educacional é uma mudança de paradigma que resulta em uma mudança positiva comportamental (GHILARDI-LOPES et al, 2019). A cultura oceânica inclui 7 princípios (UNESCO, 2018) que orientam o presente curso: ● Princípio 1 A Terra tem um Oceano global e muito diverso ● Princípio 2 O Oceano e a vida marinha têm uma forte ação na dinâmica da Terra ● Princípio 3 O Oceano exerce uma influência importante no clima ● Princípio 4 O Oceano permite que a Terra seja habitável ● Princípio 5 O Oceano suporta uma imensa diversidade de vida e de ecossistemas ● Princípio 6 O Oceano e a humanidade estão fortemente interligados ● Princípio 7 Há muito por descobrir e explorar no Oceano A cultura oceânica incorpora os objetivos da Organização da Nações Unidas (ONU) para o desenvolvimento sustentável, dentre eles o 13 - combate às alterações climáticas no que tange a ações para melhorar a educação, aumentar a conscientização e a capacidade humana e institucional sobre mitigação, adaptação, redução de impacto e alerta precoce da mudança do clima. Também o objetivo 14 - vida debaixo dágua no aumento do conhecimento sobre os recursos marinhos, sua gestão sustentável e prevenção da poluição, sobrepesca e acidificação. Para reforçar a importância do tema, foi criada pela ONU a Década das Nações Unidas das Ciências Oceânicas para o Desenvolvimento Sustentável, período que compreende os anos de 2021 até 2030. A missão para esta década é estimular soluções transformadoras da ciência dos oceanos para o desenvolvimento sustentável, conectando as pessoas e nosso oceano (ONU, 2022). Deste modo, esta pós-graduação incorpora os princípios da cultura oceânica e está alinhada aos objetivos para o desenvolvimento sustentável do planeta.
Objetivos do curso Objetivos geral Fomentar o ensino das ciências marinhas na educação escolar e não-escolar para fortalecer a cultura oceânica na sociedade. Objetivos específicos ● Proporcionar conhecimento sobre o oceano e sua interdependência com a humanidade de modo a contribuir para o desenvolvimento de práticas educacionais sobre o tema. ● Promover a reflexão sobre possibilidades de implementação de práticas pedagógicas para o ensino das ciências marinhas de modo a incentivar a atuação dos educadores como multiplicadores da cultura oceânica. ● Sensibilizar os educadores sobre a influência recíproca entre a humanidade e o oceano e a importância da conservação, restauração, acessibilidade e uso sustentável do oceano abordando aspectos ambientais, sociais, culturais e econômicos.
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