Projeto Político Pedagógico

Professores da rede pública e privada que possuam graduação e que tenham interesse em aprimorar o conhecimento na área marinha e ambiental
A cultura oceânica incorpora os objetivos da Organização da Nações Unidas (ONU) para o
desenvolvimento sustentável, dentre eles o 13 - combate às alterações climáticas no que tange a
ações para melhorar a educação, aumentar a conscientização e a capacidade humana e
institucional sobre mitigação, adaptação, redução de impacto e alerta precoce da mudança do
clima. Também o objetivo 14 - vida debaixo d’água no aumento do conhecimento sobre os
recursos marinhos, sua gestão sustentável e prevenção da poluição, sobrepesca e acidificação.
Para reforçar a importância do tema, foi criada pela ONU a Década das Nações Unidas das
Ciências Oceânicas para o Desenvolvimento Sustentável, período que compreende os anos de
2021 até 2030. A missão para esta década é estimular “soluções transformadoras da ciência dos
oceanos para o desenvolvimento sustentável, conectando as pessoas e nosso oceano” (ONU,
2022). Deste modo, esta pós-graduação incorpora os princípios da cultura oceânica e está
alinhada aos objetivos para o desenvolvimento sustentável do planeta.
Uma das formas mais eficientes de sensibilização da população e a consequente
transformação socioambiental consiste na formação de professores, já que estes atuam como
multiplicadores do conhecimento, agentes de mudanças e construtores de opiniões. Entretanto,
os currículos dos educadores, de modo geral, não abordam conteúdos sobre o oceano,
principalmente naqueles cursos não ligados às ciências naturais e, desta forma, desconhecem
grande parte da realidade e conhecimento dos estudantes que vivem em contato diário com o
mar.
Devido à inserção litorânea de Itajaí e a forte cultura marinha regional, é de extrema
importância a promoção de cursos que fomentem o ensino das ciências marinhas. A formação
dos educadores deve promover o pensamento da pedagogia crítica na educação ambiental,
tendo como pressupostos as concepções freirianas do ser humano e de mundo que traz a
indissociabilidade entre a sociedade e a natureza (FREIRE, 1997). Desta forma, Paulo Freire
fomenta uma educação “voltada para a construção de um sentimento de pertencimento ao
mundo e uma compreensão de mundo sistêmico-dinâmica, na qual está implicado o
desenvolvimento de uma consciência ecológica” (DICKMANN e CARNEIRO, 2012). Neste
sentido, a equipe de servidores do câmpus Itajaí desenvolve diversas ações de ensino, pesquisa
e extensão relacionados à educação ambiental e ciência do oceano. Em 2022, o câmpus Itajaí
passou a ser uma escola azul, programa da UNESCO em parceria com o Ministério de Ciência e
Tecnologia e o Programa Maré de Ciência da UNIFESP (2022). O conceito “Escola Azul'' nasceu
em Portugal. São escolas que trabalham de forma transversal o tema oceano dentro do currículo
escolar, desenvolvendo o pensamento crítico e criativo, engajando a comunidade escolar na
cultura oceânica. Busca incentivar estudantes a terem uma maior consciência sobre o oceano, a
criarem laços afetivos e a promoverem ações e mudanças de comportamentos em prol da
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sustentabilidade do oceano (UNIFESP, 2022). Conhecer para amar e agir para proteger são os
pilares da cultura oceânica (BALTIC SEA LAB, 2022).
Os Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia são regidos pela Lei 11.892/2008.
Nesta lei, seção III, está disposto que, dentre os demais objetivos dos institutos federais de
educação, dois são ministrar:
“cursos de licenciatura, bem como programas especiais de formação
pedagógica, com vistas na formação de professores para a educação básica,
sobretudo nas áreas de ciências e matemática, e para a educação
profissional;” e, “cursos de pós-graduação lato sensu de aperfeiçoamento e
especialização, visando à formação de especialistas nas diferentes áreas do
conhecimento;”
Ainda, segundo o artigo 8° desta mesma lei, os institutos devem garantir 20% de suas vagas
para o primeiro objetivo. Ressalta-se que a oferta de cursos de educação continuada para
professores é elencada no Plano Nacional de Educação como um dos objetivos centrais para a
valorização dos profissionais da educação (BRASIL, 2001). Deste modo, o Instituto Federal de
Santa Catarina tem como missão “Desenvolver e difundir conhecimento científico e tecnológico,
formando indivíduos capacitados para o exercício da cidadania e da profissão.” Todos estes
fatores enfatizam a consonância entre os objetivos institucionais e a proposta do curso de
especialização lato sensu em Ciências Marinhas Aplicadas ao Ensino, com as políticas atuais e
objetivos da ONU para os oceanos. Desta forma, tendo em vista a missão dos institutos federais,
a íntima ligação da população do estado de Santa Catarina ao mar, a importância socioambiental
dos ecossistemas marinhos, o desconhecimento da população brasileira sobre o tema, faz-se
essencial ofertar uma formação que busque mitigar a lacuna na formação docente para o
desenvolvimento da cultura oceânica. É neste contexto que o Instituto Federal de Santa Catarina
– Câmpus Itajaí, oferta o curso de Pós-graduação Lato Sensu em Ciências Marinhas Aplicadas
ao Ensino.
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